
O Bloco Ilú Oba de Min foi fundado pelas percussionistas Beth Beli e Adriana Aragão. Beth, além de diretora e presidenta da entidade, é percussionista, cantora, arte educadora, regente e mestra de bateria. Iniciou sua carreira artística em 1987, tendo como referência musical as grandes Escolas de Samba de São Paulo.
Antes da criação do Bloco, participou da Banda-Lá – primeiro grupo afro de São Paulo -, do Bloco Ori Axé e criou a Banda Mulheres de Ilú – junto com sua parceira Girlei Miranda. Sempre focou nos trabalhos de resistência, explorando a diversidade cultural e rítmica da música brasileira advindas do legado deixado pelas matrizes africanas e afro-brasileiras.
O projeto Bloco Afro Ilú Obá De Min, com sua proposta inovadora e única em São Paulo, tornou-se referência étnico-cultural e educativa e foi premiado pelo “Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto Maracanã 2008” – SID/MINC ao lado de grandes iniciativas culturais brasileiras conquistou também o “Prêmio Governador do Estado para Cultura 2013”.
Já se apresentou no Carnaval de Blocos de Rua do Rio de Janeiro e Rio Bonito, Abertura do Carnaval de Santos, Carnaval de Itapecerica da Serra e apresentações nos Sesc Bertioga, Sesc Pinheiros, SESC Santo André, Sesc Ipiranga, Sesc Santo Amaro, Sesc Pompéia, Sesc Belenzinho, Sesc Bom Retiro, Sesc Campinas, Teatro Municipal de São Paulo, Colômbia e Bolívia.
A repercussão do projeto desenvolvido há 12 anos na metrópole é tanta que em 2016, o cortejo de carnaval do Bloco com a presença da homenageada, Elza Soares, atraiu um público de cerca de 40.000 pessoas – estimativa da SPTUR -, algumas vindas de outros municípios e estados especialmente para assistir esta manifestação artística pelas ruas de SP.
Atualmente o Bloco é dirigido pelas regentes e mestras Beth Beli e Mazé Cintra e coordenado por: Nega Duda – coordenadora das cantoras; Sosô Parma – coordenadora do naipe dos agogôs; Roberta Viana – coordenadora do naipe Djembe; Silvana Santos e Nanci – coordenadoras do naipe do Xequerê; Cristiane Gomes – coordenador do corpo de dança; Mafalda Pequenino – coordenadora do naipe de Pernaltas. A administração é de Wanda Martins e a produção de Baby Amorim.
No carnaval de 2017 o Bloco saiu com 354 integrantes: 300 percussionistas, 32 bailarinas e bailarinos no corpo de dança, 10 cantoras e 12 pernaltas.
Assim, a entidade Ilú Obá de Min – Educação Cultura e Arte Negra coloca seu Bloco na rua, trazendo para o Carnaval da cidade de São Paulo sua Ópera de Rua, a cultura popular brasileira, recheada de muita resistência, força feminina e preservando essa jóia rara que é nossa Herança Africana e Patrimônio Imaterial da humanidade.
A saída do Bloco aconteceu no dia 24 de Fevereiro de 2017, sexta feira de carnaval, com uma estimativa de que mais de 60 mil pessoas acompanharam o bloco pelas ruas do centro de São Paulo.
A entidade Ilú Obá De Min – Educação Cultura e Arte Negra
É importante destacar que o Bloco Ilú Obá De Min é um dos projetos da entidade feminina sem fins lucrativos Ilú Obá de Min – Educação Cultura e Arte Negra. O objetivo da entidade é preservar e divulgar a cultura negra no Brasil mantendo diálogo cultural constante com o continente africano. Além de abrir novos espaços de maneira lúdica visando o fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade.
Durante quatro anos a entidade foi contemplada como Ponto de Cultura e utilizava a verba recebida para a manutenção da sede, confecção de figurinos, aquisição de instrumentos, entre outros. Hoje a entidade se mantém com as apresentações que a “Banda Ilú Obá de Min” realiza no Brasil e no exterior.
Além do Bloco a entidade abarca os seguintes projetos:
- Banda Ilú Obá De Min – cujo objetivo é a pesquisa musical de matriz africana e afro-brasileira e sua divulgação. Composta por 30 mulheres ritmistas tocando djembês, alfaias, ilús, agogôs e xequerês.
- Ilú na Mesa – projeto em parceria com a ONG Ação Educativa que realiza ciclos de palestras e debates cujo objetivo é promover o diálogo entre as/os integrantes da entidade e sociedade em geral sobre temas voltados para educação, cultura e arte negra. Saiba mais!
- Triunfo das Heranças Africanas – Tem como objetivo divulgar e dialogar com os inúmeros grupos culturais brasileiros que desenvolvem pesquisa-ação voltada para as culturas de matriz africana e afro-brasileira. Saiba Mais!
- Tenda Afro-Lúdica – Voltada para o público infantil. Trabalha a Lei nº 10639/2003 que alterou a LDB incluindo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. O projeto consiste em uma grande tenda que oferece, simultaneamente, aulas de percussão, contação de histórias, jogos africanos, confecção de bonecas pretas e biblioteca com literatura infantil que valoriza a diversidade étnico-racial. Saiba mais!
- Ilú Pedala – Passeios de bicicleta pelos espaços de memória da cultura nega em São Paulo.
- #Quebatuqueéeste? – Rodas de conversas, oficinas de sensibilização através de tambores, dança e cultivo de horta baseada nas heranças de matriz africana e indígena, a 2a edição teve como objetivo trazer reflexões sobre o autocuidado com ativistas negras e contou com o apoio do Fundo Elas.
Mais sobre o Ilú
Gravado pelo cineasta Beto Brant no final do Cortejo do Ilú Obá no Carnaval 2012.
Empoderadas é uma websérie em formato documental que visa apresentar mulheres negras das mais distintas áreas de atuação (artes, entretenimento, política, empreendedorismo e outras); que possibilitam o empoderamento das demais mulheres. Idealizada por Renata Martins, a primeira temporada foi composta por 14 episódios em parceria com a cineasta Joyce Prado. ( Vale a pena assistir todos os episódios).
Nossa Mestra Beth Beli fez parte do 12 episódio, juntamente com o Ilú Obá!